domingo, 29 de maio de 2011

Porque o amor existe

-“Se vires um homem a abrir a porta do carro a uma mulher… das duas uma… ou é a amante ou namoram há pouco tempo”
-Esta expressão deveria caracterizar fielmente o comum das relações e o resultado da rotina entre os casais que partilham a vida com alguém e o sentimento de monotonia que advém desse relacionamento. 
-Sem que nos apercebamos, e sem que o barómetro do amor oscile expressivamente, temos a sensação de monotonia nas nossas relações, no entanto eu acho que não se trata disso, pois sem que tenhamos plena consciência desse facto, é sim, um pleno estado de estabilidade e segurança emocional, de firmeza e equilíbrio nas nossas relações.
-Normalmente só temos noção do verdadeiro sentimento pela nossa cara metade, em momentos de ausência prolongada, na doença, quando por um motivo qualquer nos sentimos mais frágeis emocionalmente ou durante a cicatrização de uma discussão mais acesa.
-Não há muito tempo durante uma viagem de autocarro e enquanto lia um livro, notei que nos bancos da frente viajavam um casal de idosos que me fizeram pensar neste tema das monotonias, dos acomodamentos, ou da falta de chama numa relação, pois, estes senhores deveriam partilhar a cama há bem mais de meio século, com as consequências inerentes a essa mesmice diária, quando, a determinado momento eu me apercebo que entre eles existia um par de mãos dadas, que se acariciavam carinhosamente, mas de forma discreta ou quase secreta. Que num instante em o sol incidia directamente sobre a cabeça da senhora, o seu companheiro delicadamente tocou-lhe na fronte, sugerindo-lhe que trocassem de lugar, para que ela tomasse o lugar mais cómodo e ele apanhasse com o sol por ela.
-Se isto não é o Verdadeiro Amor, expliquem-me o que é!

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