quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ainda dizem que as flores não andam!


Ontem e como quase todos os dias lá ia eu de comboio para o trabalho. À minha frente ia uma moçoila de dezasseis anos, ajanotada, com olhar sonhador e distante, a pensar no dia que estava para iniciar, a olhar para o relógio com o inerente receio de chegar atrasada à aula do primeiro tempo, enquanto lia um livro com notável importância.
Esta, apesar de tais virtudes, terá tantos outros defeitos ou máculas, mas que num tão pouco período de tempo não foi possível verificar.
Numa determinada freguesia onde a água corrente deverá custar tanto como a água-de-colónia, sendo por isso conveniente poupar na primeira, entrou um casalinho de adolescentes com idades semelhantes ao meu modelo anterior, que para meu desprazer vieram sentar-se junto a mim e à minha anterior companhia.
Assim e perante a montra agora visível, foi possível verificar as diferenças que podem existir entre pessoas da mesma geração, sendo que estes últimos mantinham um diálogo improfícuo, estéril, desprovido de qualquer interesse, apresentavam um aspeto e indumentária de gosto duvidoso, demasiado aperaltados, com penteados descolorados e cheiros característicos de quem sofre de alergia à água, fazendo crescer em mim o desejo ir para outro lugar do comboio, coisa que não ocorreu unicamente pela presença da minha primeira companhia e porque o comboio ia repleto de gente.
Dizem então que as flores não andam? Andam! E os montes de esterco também, andam aos pares, cheiram mal, reproduzem-se e com a maioridade… também votam.

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