sábado, 20 de outubro de 2012

Que faremos hoje diferente de ontem sabendo que o amanhã pode não chegar?

A questão é esta…e se o amanhã não chegar? Que faríamos nós hoje se o amanhã não chegasse? Se tivéssemos a certeza que amanhã não acordaríamos. Tentaríamos hoje dizer a correr o quanto amamos quem amamos? Levantaríamos todo o dinheiro que temos e iríamos gastá-lo? Que faríamos nós antes do último suspiro?

Porque não arrumamos a cabeça? Porque não fazemos sempre aquilo que nos faz felizes? Porque não abraçamos quem queremos? Porque nos preocupamos tanto com o que os outros dizem? Porque não somos quem queremos ser? Porque fazemos coisas contrárias aos nossos desejos para não magoar os outros? Porque arrastamos a vida? 

Porque não vivemos como se o amanhã não chegasse?

A possibilidade de fazermos o bem aos outros só pode existir se nos tivermos como prioridade. Não adianta fazer o bem aos outros quando nós somos os que mais precisamos dele. Primeiro tem que haver uma cura interior, uma cura honesta, um vencer dos medos e um afirmar de vontades.

Quando estamos curados nada nos dará mais prazer do que ajudar os outros. Fazê-los sentir o quanto importantes eles são para nós. Não basta dizer, há que fazer sentir. Por aqui passa também a necessidade de eliminar o que não faz falta, quem não faz falta. Às vezes não faz falta quem mais chegado a nós está, ou pensámos que está. Mas chegado a nós é aquele que não questiona, que aceita, que não cobra, que espera, que nos ama nem que seja em silêncio. Os outros, os das outras atitudes estão ao pé de nós para nos acordar e a eles devemos isso, devemos agradecer-lhes isso. Sem situações difíceis ninguém acorda. Andaremos em banho-maria. Deixaremos a vida passar-nos entre os dedos. Às vezes ela vai-se e lamentamos o nunca poder vir a ser diferente, outras temos sorte e conseguimos ainda aproveitá-la. Às vezes é tarde demais, às vezes não. Às vezes é preciso agir com urgência. O coração, o alívio e a paz agradecem. Seremos melhores com certeza e não seremos sós. Não há pior solidão do que aquela que sentimos acompanhados.

Que faremos hoje diferente de ontem sabendo que o amanhã pode não chegar?
(por Celeste Silva)

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